quinta-feira, 30 de julho de 2015

Advogado se manisfesta sobre impedimento da prática de esporte no gramado da Avenida Maranhão



Um dos momentos da prática do esporte

O slackline é uma modalidade esportiva que se desenvolveu nós anos 80 no Vale de Yosemite – EUA, quando os escaladores esticavam suas cordas entre desfiladeiros para se divertir e relaxar corpo e mente enquanto estudavam novos pontos de escalada.
O termo, em tradução livre significa “linha folgada”, o que se aproximaria de “corda bamba” numa adaptação linguística. Nas terras tupiniquins o esporte virou febre no Rio de Janeiro e nas demais capitais a partir de 2010. O sucesso foi tamanho que em Aparecida de Goiânia foi criado o primeiro centro de treinamento latino-americano dedicado ao esporte.
Em Codó esta prática esportiva vem sendo desenvolvida por um grupo de jovens que exercitam o equilíbrio físico e mental em prol de qualidade de vida e diversão! Entretanto, tal prática está com os dias contados.
Isso porque, na tarde de ontem (29/07) os esportistas do Slack, que praticam na Avenida Maranhão, em frente a academia Conexão, foram “convidados” – para não dizer intimados – a encerrarem suas atividades naquela área. Segundo o funcionário da Prefeitura encarregado do nocaute “é ordem do Prefeito, ele não quer vocês aqui!”.
Pois bem, creio que os valores em nossa cidade estão assombrosamente invertidos. Gostaria, que sua Excelência dirigisse essas palavras e as fizesse valer para a malandragem, especialmente pros traficantes, ladrões e perturbadores da ordem pública que dominaram a cidade.
Prezaria, ainda, que o gestor municipal proferisse estes infames vocábulos para o descaso com a saúde pública que martiriza diariamente os conterrâneos que peregrinam nos postos de saúde e no Hospital Geral Municipal.
Regozijaria minha alma se tal frase fosse direcionada aos corruptos e aos funcionários públicos que dilaceram a “máquina municipal” e condenam milhares de codoenses a uma miséria camuflada que faz perpetuar o voto de curral; a dependência política que conduz ondas e ondas de codoenses à câmara municipal ou às portas dos legisladores municipais em busca de remédios, alimentos e atendimento médico.
Mas, pra nossa sorte esse quadro é utópico, afinal Codó está desenvolvida, sua população apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano magnifico, não temos marginalidade, a saúde é referência, os cidadãos circulam livres pelas vias públicas a qualquer hora e dia, a segurança pública é exemplar… então, na falta do que fazer vamos desestimular a prática esportiva!
Qual seria a justificativa? Os atletas estão destruindo a grama? Danificando o patrimônio público? Fomentando reunião nociva à ordem pública? O local não é adequado para praticar Slack? Inexistem razões plausíveis para o tolhimento à dignidade e liberdade destes esportistas.
Penso que esses jovens e todos os esportistas codoenses devem ser incentivados, custeados pela Municipalidade. Pois, esse estímulo se revela fundamental nos primórdios da prática esportiva, quando os recursos são limitados, a dedicação, o esforço e o anonimato são os companheiros indeléveis. Reconhecimento após o triunfo só refrigera a alma!
O insigne gestor municipal deveria, por meios próprios ou através de suas secretarias, fornecer estrutura e apontar soluções às intempéries da municipalidade. Esbanjar uma ordem grotesca para um grupo de jovens que somam à sociedade e mostram aos demais que o ócio – que faz recrutar crianças e adolescentes ao crime – pode ser superado com uma atividade saudável não demonstra sabedoria ou sensatez.
Infelizmente não posso convidar o caro leitor para acompanhar o treino de hoje, já que os atletas estão PROIBIDOS. Mas posso convidá-los a passar, a qualquer hora, pela Rua Piauí (principalmente na esquina com a Distrito Federal) para verem crianças, adolescentes e jovens na prática do crime, em espécie, tráfico e roubo.
Por mais slack, por mais esporte, por de mais vida.
Hômullo Buzar  Advogado

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