terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Familiares das vítimas de ataques a ônibus cobram assistência do governo do Estado

JULIANE
 
Há doze dias, o Hospital Regional da Asa Norte em Brasília tem sido o “hotel” de Filomena Carvalho, 49 anos, mãe de Juliane Santos, uma das vítimas dos ataques a ônibus praticados no dia 03 de janeiro de 2014 em São Luís, que resultou na morte da menina Ana Clara de apenas seis anos de idade. “Até agora não recebi a ajuda prometida para a hospedagem, pediram que eu mandasse o número de conta corrente, mas tenho somente poupança. Enquanto isto me viro como posso e até durmo no hospital, o importante é estar perto dela”, relata.
 
No dia 09 de janeiro, ela viajou como acompanhante da filha levando na bagagem a promessa de que todas as despesas com hospedagem, alimentação e transportes seriam pagas pela Secretaria Estadual de Saúde. Esta informação inclusive foi divulgada na data da viagem por diversos veículos de imprensa maranhense. Porém, até agora nenhum centavo da ajuda prometida foi enviado .
 
A mesma situação é vivida pela acompanhante de Márcio Nunes da Cruz, 37 anos. O entregador de frangos que ganha a vida fazendo bicos e naquela fatídica noite estava no mesmo ônibus onde Juliane embarcou com as duas filhas, minutos antes dele ser incendiado, luta pela sobrevivência no Hospital de Queimados em Goiânia. A irmã, Assunção Cruz, que é acompanhante dele, tem custeado as despesas da estadia na capital goiana com recursos de doações.
 
O tio de Márcio, Marinaldo da Cruz, reclama que a família do entregador de frangos também recebeu a promessa de auxílio por parte de representantes do governo do Estado, mas até agora nada foi cumprido. “Ele precisa ainda ficar por lá um bom tempo, pois o estado dele é delicado e o recurso que prometeram para as despesas da acompanhante dele ficou só na promessa”, desabafa.
 
A falta de assistência do governo do estado acirra ainda mais agonia vivida pelas famílias de Juliane Santos e Márcio da Cruz Nunes. Moradoras da periferia de São Luís, essas pessoas tiveram os destinos cruzados por uma tragédia que deixará marcas para toda a vida. “Não queremos nada mais do que a garantia dos nossos direitos, não fosse a doações dos irmãos evangélicos e a ajuda de muita gente que leu sobre o caso na internet e está nos ajudando, a irmã dele não teria condições de ficar em Goiânia”, comenta Marinaldo da  Cruz.
 
O outro lado
 
A reportagem do Maranhão da Gente entrou em contato via telefone e também por e-mail com a Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) pedindo informações sobre os motivos que levaram ao não cumprimento da promessa de garantir assistência aos acompanhantes de Márcio da Cruz Nunes e Juliane Santos, anunciada quando eles foram transferidos para continuarem o tratamento em outros estados. Porém, nenhuma resposta foi dada pela Assessoria de Comunicação da SES.

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