domingo, 27 de abril de 2014

Cenas de um governo midiático

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Esta semana, moradores da Liberdade, um dos bairros mais tradicionais de São Luís, situado próximo ao centro da cidade, interditaram a Avenida Getúlio Vargas em protesto contra o eterno problema de abastecimento de água. A manifestação ocorreu poucos dias depois da governadora Roseana Sarney lançar o programa “Viva Internet” garantindo wi-fi grátis em alguns pontos da cidade com a promessa de que, em breve, a Liberdade também será beneficiada por este serviço.

O problema é que para os moradores da Liberdade e para  a grande maioria da população maranhense wi-fi grátis não ocupa o topo da lista de prioridades ou de necessidades mais urgentes a serem atendidas por ações do governo do Estado. O slogan “Novo Maranhão”, repetido com frequência na propaganda oficial do governo do Estado, que inclusive já foi alvo da ação judicial por fazer proselitismo político do grupo Sarney, divulga uma imagem de “avanço” e “modernidade” que é desmentida pela realidade cotidiana da maioria da população maranhense.

População esta que precisa sim ser atendida por programas de inclusão digital, mas necessita com mais urgência de ações destinadas a combater e reduzir os péssimos indicadores sociais do estado,  onde as pessoas as vezes não tem nem o que comer. É também necessário que sejam implantadas com urgência medidas no sentido de resolver de forma definitiva problemas históricos como o do saneamento básico e ai está incluída, a garantia de abastecimento de água para a população.

A promessa de solução deste problema em um prazo razoável foi feita em 2012 pelo secretário de Saúde, Ricardo Murad, a quem a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) está subordinada. Na ocasião, quando a governadora Roseana Sarney, cunhada do secretário de Saúde, que hoje também responde pela Secretaria de Segurança, assinou decreto declarando situação de emergência no sistema de abastecimento de água da capital, a promessa era a de construção de 60 poços artesianos, o mais breve possível.

Mas, infelizmente, tudo ficou apenas no espaço midiático, e, até hoje, os maranhenses sentem cotidianamente a triste sina de viverem desconectados de direitos fundamentais que deveriam ser garantidos pela administração pública estadual, como por exemplo, a água e o saneamento básico.


Fonte: Maranhão da gente

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