(Foto: Reprodução / TV TEM)
- Esse episódio ocorreu em Ilhabela e foi a única vez que tive contato com ele. Claro que fiquei decepcionado, mas mais tarde comecei a entender que talvez ele apenas não estivesse num bom dia. Foi também um aprendizado para mim. Sei como as crianças gostam da proximidade com seus ídolos e procuro sempre atendê-las quando me procuram – explicou Massa, que em entrevistas anteriores admitiu ter passado a torcer para Nelson Piquet naquela época.
Decepção à parte, o frustrante encontro não fez Massa deixar de reconhecer o talento do tricampeão. Perguntando se Senna pode ser considerado o melhor piloto de todos os tempos, Felipe, que foi companheiro de gigantes como Michael Schumacher e Fernando Alonso, não teve dúvidas:
- Sem dúvida, mesmo levando em conta regulamentos, carros, épocas diferentes. Ele foi um piloto fantástico, não apenas nas corridas, mas especialmente nos treinos classificatórios. Ele surrava um companheiro como o Alain Prost, que pesava 10 quilos a menos e já entrava na pista com uma vantagem de três décimos em relação ao Ayrton – ressaltou Massa, relembrando os duelos de Ayrton com seu maior rival, o francês Alain Prost.
- Ele foi um dos maiores esportistas produzidos pelo Brasil, talvez ao lado do Pelé, e a tragédia ajudou a ampliar esse mito. Ele foi o mais completo piloto que já surgiu e será sempre lembrado, principalmente por aqueles que o viram correr e vão transmitir toda essa admiração à garotada que nem era nascida ou era muito nova quando ele morreu – complementou.
E naquele fatídico 1º de maio de 1994, do acidente de Ímola que tirou a vida de Senna, Massa tinha 13 anos e lembra-se exatamente de como foi o dia.
- Senna já era um ídolo de toda a garotada que estava começando, embora a gente conhecesse também a história vitoriosa dos pilotos que o antecederam, como o Piquet e o Emerson. A tragédia teve um impacto muito grande, claro, porque ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer e porque o Senna era o grande nome da Fórmula 1. Eu estava vendo a corrida na minha casa em Botucatu e a princípio achei que a batida nem havia sido tão violenta. Depois, à medida que as notícias foram surgindo dando conta da gravidade do acidente, ficamos o dia todo grudados na televisão.
Em comum entre Senna e Massa está a paixão por carregar as cores do Brasil. No capacete de ambos, o verde, o azul e o amarelo. E enquanto o tricampeão ficou famoso por carregar a bandeira brasileira nas vitórias, o atual representante do país na Fórmula 1 quebrou o protocolo da Ferrari ao correr – e vencer – em Interlagos com um macacão verde e amarelo em 2006. Patriotismo que, segundo Massa, não tem influência direta de Senna:
- Ayrton sempre foi ligado às cores brasileiras, assim como eu também sempre fiz questão de exaltar o meu amor ao País, usando o capacete com as cores de nossa bandeira. Mas são características pessoais de nós dois. No meu caso, não houve uma influência direta dele.
E por falar em paixão em representar o país, Massa é, ao lado de Rubens Barrichello, o brasileiro de maior sucesso após a era Senna. O paulista de 33 anos garante que os feitos do tricampeão não o pressionar diretamente, mas sim forte cobrança da torcida.
- Nunca passou pela minha cabeça essa responsabilidade de suceder um piloto diferenciado como o Ayrton. Isso nunca foi um peso para mim. O que sempre existiu é aquela pressão da torcida brasileira por vitórias, já que até o segundo lugar por aqui é encarado como derrota. Mas isso acontece em todos os esportes. A torcida brasileira é muito exigente e sempre cobra resultados. Mesmo que o Ayrton não tivesse existido, a pressão seria a mesma.
Nesta semana em que completa-se 20 anos do adeus a Ayrton Senna, o GloboEsporte.com apresenta matérias especiais em homenagem ao ídolo brasileiro, entrevistas exclusivas, além de cobertura "in loco" do "Ayrton Senna Tribute 1994/2014”, evento de quatro dias que será realizado em Ímola em memória ao tricampeão. Fique ligado e confira tudo em nossa página especial “Senna para Sempre”.
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