sábado, 4 de abril de 2020

MP-MA cobra ações do governo sobre medidas erradas em paciente que morreu por Covid-19, em São Luís


O Ministério Público do Maranhão está cobrando medidas rigorosas do governo Flávio Dino em relação aos serviços prestados após a morte de pessoas com suspeita ou com confirmação do novo coronavírus (Covid-19).
De acordo com a promotora de Saúde, Glória Mafra, a única morte confirmada por coronavírus no Maranhão não recebeu os serviços adequados, o que pode ter contribuído para a contaminação de objetos e pessoas.
morte foi registrada no dia 23 de março, na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Cidade Operária, em São Luís. Em um documento enviado à Secretaria de Estado da Saúde (SES), a promotora afirma que a autópsia foi feita com corpo aberto, o que está em discordância com as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde.
Tal erro pode ter contribuído para a contaminação de objetos e de pessoas que tiveram contato com o corpo.
“É possível presumir que, após a realização da autópsia do paciente, ocorreu a contaminação da ambiência física do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) desta cidade, o que inclui os instrumentos de trabalho, equipamento, os servidores que realizaram o procedimento de autópsia, além de todos outros dos setores administrativo, serviços gerais, visitantes, etc., posto que ficaram literalmente expostos ao referido vírus”, afirma a promotora.
Outro erro apontado pela Promotoria de Saúde é que a família não foi informada de que o paciente tinha Covid-19, o que teria gerado risco aos familiares que aguardavam pelo corpo, dentro do hospital.
Por causa da falta de informação, o velório do paciente também foi realizado normalmente, não seguindo os padrões indicados pelas autoridades de saúde, o que gerou revolta dos familiares.
No documento enviado ao secretário de Saúde, Carlos Lula, a promotora pediu a instauração de sindicância na UPA da Cidade Operária para apurar o preenchimento errado da Declaração de Óbito do paciente portador da Covid-19.
A promotora pede ainda que todo o local onde o corpo esteve seja desinfectado, além da identificação de todos os servidores que estiveram presentes durante a autópsia.
Em nota, a SES informou que emitiu uma portaria orientando o procedimento para preparo de pessoas que venham a óbito por Covid-19, além da forma como deve ser feito o velório e enterro. Essa portaria foi emitida no dia 30 de março, uma semana após a morte do paciente.
A SES acrescentou ainda que adotou todas as medidas de apoio e orientação aos familiares e amigos do paciente quanto aos procedimentos a serem seguidos, sobretudo no que se refere ao exame de laboratório e isolamento social.
Do G1

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