quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Em Alagoas, Bolsonaro afirma que Collor ‘luta pelo interesse do Brasil’

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elogiou, nesta quinta-feira 5, o senador Fernando Collor (PROS-AL) e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ambos réus por corrupção no STF (Supremo Tribunal Federal) no âmbito da Lava Jato. Os elogios ocorreram durante cerimônia de entrega da obra de ampliação do SAA (Sistema de Abastecimento de Água) em Piranhas, em Alagoas, estado dos dois parlamentares.

“Queria agradecer, porque eu fiz um convite e ele aceitou, e com muita satisfação está integrando essa comitiva, o nosso senador Fernando Collor. Também um homem que luta pelo interesse do Brasil e em especial do seu estado”, discursou Bolsonaro.

Collor é réu em uma ação penal do STF, acusado de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa. A PGR (Procuradoria-Geral da República) afirma que o grupo do senador recebeu mais de R$ 29 milhões em propina entre 2010 e 2014. As investigações têm como foco a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.

Já Arthur Lira, um dos principais aliados de Bolsonaro no Congresso e também réu no STF por corrupção passiva, não participou do evento porque está em isolamento domiciliar, diagnosticado com o novo coronavírus. Contudo, ele foi lembrado e também elogiado pelo presidente durante o evento. Lira é acusado pela Lava Jato de ter recebido propina de R$ 106 mil do então presidente da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), Francisco Colombo, em troca de mantê-lo no cargo.

“Falta uma pessoa muito importante na nossa articulação política na Câmara dos Deputados, que é um alagoano. É o prezado deputado Arthur Lira. Mais do que fazer articulação, é uma pessoa sempre pronta, sempre alerta a trabalhar pelo seu estado”, disse Bolsonaro.

Apesar dos elogios a Fernando Collor na agenda presidencial de hoje, Jair Bolsonaro votou pela admissibilidade do pedido de impeachment do então presidente quando era deputado federal. Em um discurso na Câmara, em abril de 1992, Bolsonaro chegou a chamar Collor de mentiroso.

“Aprendi, na caserna, que o Chefe que mente não merece credibilidade. E o Senhor Presidente da República, Chefe do Supremo das Forças Armadas, não deixa de ser um grande mentiroso”, disse na ocasião.

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