quinta-feira, 26 de junho de 2025

Mãe é presa após agredir filho autista em Balsas

Uma mulher foi presa após agredir o próprio filho autista, de 5 anos de idade, na cidade de Balsas. A prisão aconteceu nessa quarta-feira (25), após a mãe enviar para o pai do menino um vídeo dela mesma agredindo a criança.

Nas imagens, gravadas na terça-feira (24), Daniele Aparecida Lira de Vasconcelos, aparece empurrando e xingando o filho. A mulher chega a dizer que, enquanto o pai trabalha, ela tem um “doido para cuidar”.

Após receber o vídeo de Daniele, o pai do menino procurou a delegacia para denunciar as agressões.

“Independente de ser autista, é uma criança. E, pelo fato de ser autista, a mãe deveria ter um zelo maior pela integridade física e psicológica da criança. E é grave isso (as agressões), gravíssimo”, destacou o delegado Assis Ramos, da 11º Delegacia Regional de Balsas, que investiga o caso.

A mulher foi ouvida e confessou o crime, alegando que está sobrecarregada e que o pai da criança não está ajudando como deveria. Ela disse, ainda, que no momento em que gravou o vídeo estava muito nervosa e muito estressada e negou que tenha agredido o filho anteriormente.

Daniele relatou, também, que gravou o vídeo para sensibilizar o pai do menino em relação a sobrecarga dela nos cuidados com a criança. Mas, para o delegado Assis Ramos, o relato não diminui a gravidade das agressões praticadas pela mãe.

“Ela confessou que realmente fez aquele vídeo e que realmente empurrava a criança, que xingava para sensibilizar o pai, fato que não justifica, não tem nada a ver se ele tem algum problema com ela ou vice-versa. Se tem problemas conjugais, tem que resolver entre eles dois, a criança não pode ficar no meio desse fogo cruzado. A legislação protege a criança. E é crime gravíssimo, que só quando ela chegou aqui na delegacia, ela percebeu a gravidade da conduta que ela cometeu”, explicou o delegado.

Daniele Aparecida deve responder pelo crime de maus-tratos.

“O vídeo é muito claro, os empurrões, os xingamentos, isso atinge diretamente o Estatuto da Criança e do Adolescente. Tem uma lei específica, também, que protege pessoas que tem autismo. E, além do Código Penal, que tem a questão dos maus-tratos. Então a gente autuou ela em flagrante e vamos encaminhá-la para o presídio”, destacou o delegado Assis Ramos.

A Polícia Civil segue acompanhando o caso, e a Justiça deve avaliar a guarda da criança, que está sob os cuidados de familiares paternos, desde que o vídeo veio à tona.

A polícia também solicitou que fosse feito o exame de corpo de delito na criança, pois ela apresentava uma lesão na perna. Segundo a mãe, o ferimento não tem relação com as agressões registradas em vídeo. O menino teria se ferido após subir no fogão e o fogo queimar o calção dele.

“É um histórico de negligência com a criança, que agrava mais ainda a situação dela. Ao que me parece, no início das investigações, é que existe um quadro de negligência, além do vídeo, que é muito forte”, analisou o delegado.

A Polícia Civil também vai solicitar acompanhamento psicológico para os envolvidos no caso.

“Uma criança de cinco anos dá muito trabalho, é inerente da condição de criança, da fragilidade da criança. E sendo autista, o zelo é especial. Então, isso sobrecarrega qualquer mãe e é necessário ter muita tranquilidade psicológica, ainda mais quando tem um pai que não é presente, tem problemas conjugais. Se a mãe não tiver essa serenidade, pode acontecer esses momentos de fúria de raiva, mas a criança não tem nada a ver com isso, o detalhe é esse”, pontuou o delegado Assis Ramos.

Fonte Neto Ferreira

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