O ex-candidato ao governo do Estado, Lahesio Bonfim, reuniu-se pela segunda vez em menos de um mês com o ex-senador Roberto Rocha, consolidando uma série de conversas que apontam para uma tentativa inédita de unificação política desse campo ideológico no estado.
As reuniões demonstram um movimento estratégico diante da provável saída de Carlos Brandão do cenário eleitoral em 2026. A ausência do atual governador pode redesenhar o tabuleiro político, e a aproximação entre Lahesio e Rocha antecipa uma possível distribuição de papéis: governo para Lahesio, Senado para Rocha — ainda sem anúncio oficial de chapa.
As conversas têm como foco central a construção de um projeto de governo que represente o espectro conservador e se consolide como alternativa viável ao domínio político atual. Segundo dirigentes do partido NOVO, ao qual Lahesio está filiado, pesquisas internas mostram Roberto Rocha em segundo lugar, atrás apenas de Brandão — que, até o momento, não planeja disputar a reeleição.
SINAIS DE COORDENAÇÃO INÉDITA
A aproximação entre Lahesio e Rocha representa um movimento inédito de racionalização política no campo conservador maranhense. Diferentemente das tentativas anteriores, marcadas por disputas difusas, a atual articulação reúne ativos complementares — base eleitoral, visibilidade e capilaridade — e sinaliza um esforço coordenado para construir uma frente com potencial competitivo real.
O histórico recente da direita maranhense, no entanto, é marcado por fragmentações. Divergências entre lideranças, disputas por protagonismo e falta de estrutura organizativa impediram avanços duradouros. A nova aproximação entre os dois principais expoentes do campo pode sinalizar uma inflexão nesse padrão.
Dirigentes do partido NOVO apontam que o desempenho de Roberto Rocha nas pesquisas, mesmo fora de mandato, revela uma base eleitoral significativa e capacidade de reposicionamento. A menção ao seu recall como “impressionante” reforça a avaliação interna de que há um espaço competitivo a ser explorado.
Até o momento, o foco das conversas entre Lahesio e Rocha tem sido a convergência em torno de propostas para o Maranhão. A ausência de definição sobre uma chapa majoritária indica cautela estratégica e evita ruídos antecipados dentro do próprio campo.
A formação de uma frente conservadora articulada ainda está em estágio embrionário, mas os primeiros movimentos indicam uma tentativa de aprendizado com os erros anteriores. Caso avancem, Lahesio e Rocha podem inaugurar um novo ciclo de organização para a direita maranhense.
Por enquanto, Lahesio e Rocha têm concentrado as conversas em ideias para um projeto de Estado. Nada de chapa formada — ao menos por agora. A cautela evita desgastes prematuros e mantém o campo aberto para costuras mais amplas.
A tentativa de criar uma frente conservadora ainda está nos primeiros passos, mas já mostra sinais de que os dois querem evitar os tropeços do passado. Se o diálogo se mantiver, essa dobradinha pode marcar o início de uma reorganização mais sólida da direita maranhense.
Do imirante.com
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