quarta-feira, 23 de julho de 2025

STJ nega recurso de Bruno Henrique e mantém investigação por manipulação de apostas

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o habeas corpus apresentado pela defesa do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e manteve a investigação sobre um suposto esquema de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2023. A decisão foi assinada pelo ministro Joel Ilan Paciornik e publicada na segunda-feira (21). 

A defesa do jogador pedia que o processo saísse da Justiça do Distrito Federal e fosse transferido para a Justiça Federal, o que poderia anular todos os atos já realizados. No entanto, o STJ entendeu que o habeas corpus não é o meio jurídico apropriado para esse tipo de questionamento.

O caso segue tramitando na Justiça do Distrito Federal, onde o Ministério Público apura se Bruno Henrique recebeu, de forma intencional, um cartão amarelo durante a partida entre Flamengo e Santos, realizada em 1º de outubro de 2023, no estádio Mané Garrincha, para beneficiar apostadores. Entre os investigados está também o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto, apontado como um dos articuladores do esquema.

Mensagens entre Bruno e Wander

Como parte da investigação, o Ministério Público teve acesso a mensagens de celular trocadas entre Bruno Henrique, identificado como “Bruno Irmão”, e Wander Júnior, revelando possíveis indícios de movimentações ligadas a apostas. Nas conversas, ocorridas no dia da partida, Bruno pergunta: “Vc conseguiu fazer transferir Pix no valor alto da sua conta?” e completa: “Vou te mandar os 10k”. Wander responde: “Consigo BH... qual valor?”, ao que o jogador reitera: “10 conto”.

Em outro trecho, Wander pergunta diretamente: “Dá pra tomar um cartão hoje não?”, e Bruno responde: “Dá não... tenho 1 já”. As mensagens continuam com menções ao uso de contas de terceiros para movimentação de valores. Bruno afirma: “Vc não pode ser... temos nomes igual”, e depois avisa: “Vai dar ruim... negócio de aposta aqui”. Wander então diz: “Uai, dá essa ideia aí que vou apostar aqui, tô precisando de dinheiro kkkkkk”.

Wander também comenta: “Se eu ganhar 1 mil reais tá bom se for coisa certa... ia apostar agora”, e Bruno responde: “Tem que ter 10k todo final de semana”. A troca de mensagens ainda inclui frases como “Meu olho até brilhou”, dita por Wander, e “Deu certo conseguiu aí”, em aparente comemoração.

Lucros irregulares

Além das mensagens, a investigação considera dados de movimentações financeiras atípicas em plataformas de apostas no dia do jogo. De acordo com o MPDFT, a ação teria gerado lucro irregular a partir de previsões sobre o cartão recebido pelo atleta. Um dos investigados já firmou acordo com o Ministério Público, admitindo ter conhecimento da fraude e aceitando pagar multa e prestar serviços comunitários.

O caso também está sob análise do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que pode aplicar sanções ao jogador, a depender da conclusão das investigações criminais. Bruno Henrique segue negando qualquer envolvimento no esquema e continua atuando normalmente pelo Flamengo. Com a decisão do STJ, a investigação permanece sob responsabilidade da Justiça do Distrito Federal, e o processo seguirá os trâmites regulares até eventual julgamento.

Fonte: CNN

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