Um dos principais métodos do grupo Sarney para manter a perpetuação no poder ao longo de meio século foi a completa desmoralização das instituições maranhenses. Do cargo de imortal da Academia Maranhense de Letras até o cargo de diretor de Escola Estadual, o DNA patrimonialista do modo Sarney de governar se espalhou por todas as instâncias do Estado, apropriando-se dos Poderes Judiciário e Legislativo, do Tribunal de Contas, Prefeituras, com um pé também nas instituições culturais e até religiosas.
No relacionamento promíscuo com os gestores públicos municipais, o grupo Sarney radicalizou o conceito de “curral eleitoral”, desvalorizando a autonomia dos municípios. Para manter prefeitos no “cabresto”, a política predatória de convênios do Palácio dos Leões exigiu que os gestores se aliassem politicamente ao grupo, com direito a repasse de percentuais sobre os valores conveniados para integrantes do clã, o que ajudou a proliferar uma cultura de corrupção nas prefeitura.
Para aumentar o poder de fogo sobre as demais forças do Estado e permanecer impune, o grupo Sarney aparelhou o Poder Judiciário e o Tribunal de Contas do Estado. Dependentes da política predatória estadual, prefeitos caíram nas garras de agiotas, que hoje controlam financeiramente a maioria das cidades maranhenses.
O grupo Sarney, especialmente nos quatro mandatos de Roseana, promoveu intensa cooptação de religiosos, artistas, intelectuais, empresários, movimentos sociais e outros membros das chamadas elites maranhenses. Usando cargos e o orçamento do Estado, o ‘sarneysismo’ espalhou seus tentáculos e colocou de joelhos as instituições, enfraquecendo-as e retirando-lhes a legitimidade.
A desmoralização das instituições maranhenses ajudou a patrocinar o atraso político, econômico e social do Estado. Submissos aos interesses privados do grupo, nossas instituições foram incapazes de produzir uma sociedade civil organizada com capacidade de intervir nos rumos do Estado.
Do Maranhão da Gente
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