
Profissionais de saúde foram flagrados sem todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) básicos em hospitais de duas cidades da região Norte do Piauí. Além disso, o Conselho Regional de Medicina, responsável pelas vistorias, também registrou lixo hospitalar sendo incinerado a céu abert, sem nenhum tipo de coleta adequada.
Esta última denúncia foi vista no município de União, a 65 km de Teresina, na Unidade Básica de Saúde Ana Nery, localizada no povoado David Caldas.
"É a segunda vez que a UBS de União é flagrada continuando essa prática ilegal (a primeira foi em maio de 2019), oportunidade na qual a Secretaria Municipal de Saúde foi notificada e cobrada para as providências quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos, tendo prazo de 30 dias para resolver o problema com a coleta adequada do descarte de material, como seringas e luvas contaminadas", diz o Conselho. O CRM-PI também encaminhou relatório técnico para o promotor do Ministério Público local.
Não muito distante de União, no Hospital Municipal Pedro Vasconcelos, município de Miguel Alves, foram registradas muitas irregularidades. Para começar, o prédio possui várias rachaduras e infiltrações na estrutura, o que demonstra péssimo estado de conservação do bem público.
Na área COVID-19 havia profissionais sem os EPIs obrigatórios, usando aventais inadequados conforme a nota técnica GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 05/2020 e a área de desparamentação também é utilizada como depósito para materiais de limpeza, além de haver cruzamento de profissionais paramentados e desparamentados.
A farmácia contava com algumas medicações, porém com falta de medicações para atendimento de urgência como dopamina, midazolam e bloqueadores musculares. Mofo nas paredes, insetos e lagartixas foram vistos na área interna, além de esgoto a céu aberto e galinhas circulando na área externa do hospital. Além disso, nas paredes da cozinha, os azulejos estão em parte caídos, contribuindo para o acúmulo de insetos e bactérias nas fissuras.
A fiscalização registrou que o hospital só possui um carrinho de parada para atendimento de todo hospital e que está incompleto, não há monitores para acompanhar sinais vitais, não há desfibrilador cardíaco, apenas DEA que tem uso restrito para atendimento de urgência, o laringoscópio não tem todas as lâminas obrigatórias e não há ventilador mecânico para uso em pacientes graves.
Único insumo para pacientes com insuficiência respiratória é cateter de oxigênio, não tendo máscaras não reinalantes ou cateter de alto fluxo para pacientes que necessitem de maior aporte de oxigênio. A lavanderia e o expurgo não possuem fluxo adequado, com risco de contaminação do vestuário e equipamentos estéreis. Os banheiros não contam com acessibilidade para cadeirantes e as instalações elétricas estão precárias.
A diretora geral do hospital, Leila Lira, informou ter todos os EPIs disponíveis, mas os profissionais se recusam a utilizar. O CRM-PI encaminhará notificação para que sejam providenciadas as correções das irregularidades. A equipe foi informada pela direção que uma reforma física se iniciará em breve, mas não informaram data de início.
Fonte: Com informações do CRM-PI
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